coração via esófago

Estas são as três actividades que se seguem (por ordem) escrever, fumar, almoçar, fumar (quatro). Acabo de encomendar "entre o vivo, o não-vivo e o morto" (por falar nisso, não me posso esquecer de ir aos correios - HOJE, sem falta). Estou siderada com a capa do nº2. Repito até acertar “entre o vivo, o não-vivo e o morto”, tenho insistido no erro: “entre o vivo, o vivo e o não-morto”. O erro comum, cansativo. Tudo é cansativo. Hei-de acertar mas não sei como, falta-me perseverança. Nada é mais importante. Nada é mais importante que nada. Trivialidades e ignorâncias atropelam-me o pensamento cheio de esgana. Construo frases paralelas à minha agenda e fico impávida. Nada disto, digo.
Digo e procuro não repetir. Escoo todas as coisas que não vi e amontoo-as. (rimei, sem querer; não sei porque me justifico) (sei) Penso nas palavras e nas aulas de Linguística mas num instante vêm outras recordações desses dias. Distraio-me das aulas de Linguística e da localização do lugar que eu ocupava naquela sala com vista para as árvores. Nos dias de sol eu pensava na improficuidade. Palavra estranha que faz jus ao seu significado. A fluência. E o ritmo?
Im pro fi cu i da de. Cansativo. Prefiro buscar outras situações: plataforma, limbo, fio. Apenas exemplos, é claro.
Certamente ando distraída. Contemplei a palavra Morto excessivamente. Agora não me desembaraço de nada e sei que chega o fim. Preciso de fazer declarações. Lembro coisas pequenas: cortar o cabelo, mudar de casa, desempregar-me, despachar-me para alto mar, criar outro blog.
Nome disponível: coração via esófago.

4 comentários:

Anónimo disse...

Gosto de textos à Wostward Ho.

maria

Anónimo disse...

feita a declaração, queria fazer jus e posso. asseguro-te o batimento, as cordas como se de uma marionette se tratasse, as coisas invisíveis, os retratos, os olhos postos à mercê do sol. espero-te alta. sabemos. fazemos jus aos dias.

bookworm disse...

aviso de conteúdos?!? wtf?!

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e




Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
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