Mostrar mensagens com a etiqueta Herberto Helder. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Herberto Helder. Mostrar todas as mensagens

pois, e desta vez são 48€ [ poesia para elites ]

Pertenço à maioria dos que não chegaram a tempo de encontrar disponível um exemplar de "A faca não corta o fogo". Perguntei para a Assírio e Alvim se seria verdade a velha historieta sobre o autor não querer re-editar, responderam-me prontamente a confirmar a trama. Enfim, é assim a vida. Inclusive, cheguei a assistir a um leilão de um exemplar do mesmo no blog duma livraria. Bem, cada um ganha a vida como pode… e Herberto não é nem mais nem menos do que cada um. Acontece apenas ser um dos (senão o) meus poetas preferidos. Ninguém me mandou ter ilusões sobre nada nem ninguém.
Considero tristita e ridícula esta manobra de marketing.
Cá fico aguardando a ver se consigo um exemplar desta vez...
Mas não farei fila de antecedência à porta da livraria.

segue-se link de post da LER


Poesia completa de Herberto Helder

Ofício Cantante - Poesia Completa (Assírio & Alvim - 2009) em breve nas livrarias. O volume de 624 páginas inclui, entre vários inéditos, todos os poemas do já esgotado A Faca Não Corta o Fogo, lançado em 2008.

o vento, a faca, o fogo, a voz e a violência

Depois fui embora e carreguei o pensamento de dureza. Mastiguei todas as ausências de habilidade que engoli. Estou agora em processo de digestão, é por isso que me falta a voz. (Por me faltar a voz, mas restarem as locuções sou bendita.)
Estas palavras que me atravessam são violentas e destroem primeiros pedaços. São pedaços antigos pelo que estalam porém ficam presos na garganta como se não fossem água.
Ah, se eu soubesse… Repito “Ah, se eu soubesse…” e torno-me numa feliz desconhecida de tudo o que pudesse ter sido projectado acerca destes dias. É a fúria com que assinalo na agenda a lista de compras que rebenta comigo, a feliz desconhecida. A faca não corta o fogo. A faca não corta o fogo. A faca não corta o fogo.* Esta voz que me atravessa.**
E assim vou, inédita, a violentar o resto destas forças com palavras que não sei fazer entender, mas sei serem iminentes.
Ah…

[T09203B002535.jpg]

František Drtikol
surripiado ao Manel

*
**

post reproduzido do blog da Lebre _ There's only 1 Alice

NASCEMOS PARA O SONO
manhãs magníficas!
este poema vem mesmo mesmo mesmo a calhar...
...a propósito de aproximações


Nascemos para o sono,
nascemos para o sonho.
Não foi para viver que viemos sobre a terra.
Breve apenas seremos erva que reverdece:
verdes os corações e as pétalas estendidas.
Porque o corpo é uma flor muito fresca e mortal.


Poesia Mexicana do Ciclo Nauatle,
mudada para o português por Herberto Helder em Poesia Toda,
Assírio & Alvim, Lisboa, 1990

A imagem "http://i33.photobucket.com/albums/d79/arrozal/pipilottirist1.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.
fotografia de Pipilotti Rist
poema e fotografia surripiados à Lebre
refª bibliográfica encontrada ali




Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
[Katharine-Hepburn-Atheist-Bus-Campaign-Tube-Advert-25pc.jpg]