- Qual é a sua altura quando se endireita?
- Quase um metro e setenta e cinco. Mas é difícil uma pessoa erguer-se, direita, quando está no ponto mais baixo da sua vida.
- Também foi difícil quando fez o liceu não apenas com um metro e setenta e cinco, não apenas com um intelecto manifestamente activo, mas ainda por cima com um peito de tábua de engomar.
- Aleluia, um homem compreende-me.
- Não a si. A mamas. Entendo de mamas. Estudo mamas desde os treze anos. Não creio que haja qualquer órgão ou parte do corpo que evidencie tanta variação em tamanho como as mamas das mulheres.
- Eu sei – respondeu Madeleine, que se mostrou de súbito francamente divertida e começou a rir. E a que se deve isso? Porque permitiu Deus essa enorme variação no tamanho dos seios? Não é espantoso? Há mulheres cujos seios têm dez vezes o tamanho dos meus. Ou até mais. Não é verdade?
- É, é verdade.
- Há pessoas com o nariz grande. O meu é pequeno. Mas há alguém com o nariz dez vezes maior do que o meu? Quatro ou cinco vezes, no máximo. Não sei porque fez Deus isto às mulheres.
- Talvez a variação concilie uma vasta variedade de desejos. No entanto – acrescentou, pensando melhor-, os seios, como você lhes chama, não existem fundamentalmente para atrair os homens: existem para alimentar crianças.
- Mas eu não creio que o tamanho tenha que ver com a produção de leite. Não, isso não resolve o problema da
serventia dessa enorme variação.
- Talvez Deus não se tenha simplesmente decidido. Isso acontece com frequência.
in Teatro de Sabbath de Philip RothPublicações dom Quixote, Colecção Ficção universal
2000
PARABÉNS, MANEL!!!
FOR HE'S A JOLLY GOODFELLA, FOR HE'S A JOLLY GOOD FELLA!
FOR HE'S A JOLLY GOODFELLA... THAT NOBODY CAN DENY!
WHICH NOBODY CAN DENY, THAT NOBODY CAN DENY!
FOR HE'S A JOLLY GOODFELLA... WHICH NOBODY CAN DENY!!!