dois países, uma voz

Miro Casabella, JP Simões, José Mário Branco e Leo i Arremecaghona!



A plataforma Coimbra-Galiza nasce em 2005 com o propósito de aprofundar, e em muitas ocasiões iniciar, o conhecimento da Galiza na nossa cidade. Ao longo destes três anos já houve recitais poéticos, documentários e conferências. Nesta ocasião a música é a protagonista. Coimbra recebe quatro magníficos artistas: da música tradicional e reivindicativa de Miro Casabella às novas composições de JP Simões; do cantor de Abril e de hoje José Mário Branco ao punk de autor de Leo i Arremecaghona! Quatro músicos de tempos diferentes, dois países, uma única voz. Desfrutem tanto como nós.

organização
Plataforma Coimbra-Galiza - apoio TAGV


MIRO CASABELLA
Nasce em Ferreira do Valadouro, na Galiza, em 1946. Em 1967 canta em público pela primeira vez, em conjunto com os cantores da Nova Canço Catalana. No final dos anos 60 edita os primeiros dois discos: Miro canta as suas cancións e Miro canta cantigas de escarnio e maldizer. Toca com o grupo Voces Ceibes e faz digressões com Paco Ibañez, em França, e com Luis Cília, em Espanha.
Em 1970, juntamente com Paco Ibañez, Luis Cilia, Xabier Ribalta e Zeca Afonso, participa nos festivais da canção ibérica e toca na Festa da Humanité perante 600 mil pessoas, integrando um cartaz do qual faziam parte Joan Baez, Paco Ibañez ou Georges Moustaki. Até 1976 tocou por toda a Galiza as suas músicas populares e de intervenção, enfrentando grandes problemas com as autoridades nacionais. Em 1974 colabora com José Mário Branco, que lhe faz os arranjos do disco Ti Galiza. Com o desaparecimento da censura, em 1976, começa um periodo de grande actividade em festivais por toda a Espaha.
No início da década de 80 trabalhou na criação de DOA, grupo de música medieval-popular com grande aceitação por parte da crítica. Orvallo, publicado em 2004, é até agora o seu último trabalho.
Miro é hoje um cantor de referência na música popular e de intervenção, habitual colaborador em eventos como a recente homenagem a Zeca Afonso na Galiza, que decorreu a 25 de Abril do ano passado.

LEO I ARREMECAGHONA!
A trajectória musical de O Leo i Arremecághona!!! inicia-se no ano de 1997, embora apenas tenha começado a ser conhecido em 1998, ao ser chamado para abrir os concertos da digressão galega de Albert Plá. Do mesmo ano é o seu primeiro disco, Suspiros de Kaña, que conta com uma edição de mil cópias distribuídas pelo próprio autor.
Descrito como punk de autor, as suas referências musicais são Albert Plá, Billy Bragg ou Pau Riba. A ligação do autor às artes cénicas é notável, pois uma parte importante do projecto musical que representa o Leo i Arremecághona!!! está centrado nas suas actuações ao vivo, espectáculos que roçam o formato da performance em que o autor se caracteriza para intepretar determinadas personagens. É habitual que o espectáculo punk também seja precedido de versões acústicas de autores da canção de intervenção galega e dos Cantores de Abril.
Leo i Arremecághona!!! tem dado recitais por toda a Galiza, com espectáculos de apresentação do seu primeiro livro de poesia Hai cu (2007), baseado no blog com o mesmo nome.

JP SIMÕES
Nascido em Coimbra e emigrado para o Brasil, JP Simões colaborou nos projectos musicais Pop Dell´Arte, Belle Chase Hotel, A Ópera do Falhado e Quinteto Tati, revelando-se um interessante intérprete e escritor de canções.
Em 2006, preparou um novo espectáculo intitulado Canções do jovem cão e anunciou o lançamento da sua carreira a solo, através de um disco em nome individual, com o título 1970, editado no início de 2007, que arrecadaria grandes elogios de crítica e público. Foi ainda em 2006 que se estreou no cinema, participando no filme "Pele", do realizador Fernando Vendrell, como autor da banda sonora.
A vida artística de JP Simões não se resume à música pura e dura, tendo em 2003 levado ao palco, com encenação de João Paulo Costa e da companhia do Teatro do Bolhão, a Ópera do Falhado, projecto cujo texto saiu da pena de JP Simões, tendo a música sido composta com Sérgio Costa, eterno companheiro de lides, nos Belle Chase Hotel e no Quinteto Tati.
No Outono de 2007, é publicado o livro de contos O Vírus da Vida, ilustrado por André Carrilho.

JOSÉ MÁRIO BRANCO
Iniciou a sua carreira durante o período do Estado Novo tendo sido perseguido pelas autorides políticas de então, o que o obrigaria a exilar-se em França. Trabalhou com José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto e Camané, entre outros, com os quais participou em concertos ou em álbuns editados como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais. Compôs e cantou igualmente para teatro, cinema e televisão. Em 1974 fundou o GAC - Grupo de Acção Cultural, com o qual gravou dois álbuns.
Entre música de intervenção, fado e outros registos musicais, são de sua autoria os discos Ser Solidário, Margem de certa maneira, A noite e o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português, em que canta os seus sonhos e desencantos. Este último registo foi durante algum tempo proibído pelo próprio de passar em quaisquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.
O último álbum, lançado em 2004, tem por título Resistir e Vencer, em homenagem ao povo timorense que resistiu durante décadas à ocupação efectuada pelas forças militares da Indonésia, logo após o 25 de Abril de 1974.


Dia 14 de Fevereiro`08, 21h30 Preço normal 10,00€/ Preço estudante 6,00€

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Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
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