manda embora os dias, por favor

[ quando o mar és tu. Apenas tu. ]

A música devolve-te
neste modo de respirar,
quando canto,
quando não te alcanço os lábios.

O silêncio arrecada-me
neste modo de respirar,
quando nado,
quando o mar és tu. Apenas tu.

Recado

O silêncio arrecada-me assim,
quando sem que saibas
a maré me devolve a ti
e tudo recomeça nos teus braços.

[ na delonga da devolução ]

Ardem no sal os meus membros
enquanto a devolução espera
o prazo dos sujeitos desalmados
manda embora os dias, por favor

quero nadar sem dor
quando nado
quando o mar és tu. Apenas tu.

Post-Scriptum

Se não vieres
manda embora os dias, por favor
rasga as águas.

Photobucket
sem título, Carlos Veríssimo

sequência de desgarrada entre mim e a Marta (se quiserem saber quem escreveu o quê, está ali)

2 comentários:

blue disse...

bela desgarrada, meninas! gosto muito, muito.

margarete disse...

gosto que tu gostes muito. que bom!
:)


(podes participar!)




Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
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