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a tribo e a vala comum

Os nossos dias, aproveitamo-los na morbidez das falas alheias,
esgotamos frequências cuja utilidade não nos cabe discriminar.
Recolhemos ecos desordenados. Demarcamos gavetas p’ra depois

amalgamar em toadas discernidas. Os dias, os mal moídos,
acarretam ricochetes atordoadores das nossas vozes. Ao início

das casas saem corpos com cachola. Atrás do entardecer
nos edifício entranham-se As coisas, em rastejos andróides.
Disformes amassos de linguagens .defuntos .abrimo-nos mutismo.

[ moagem da cachola nos dias úteis - em 1ª pessoa, mas agora do plural]




The Quintet of the Silent, de Bill Viola
2000
Color video on plasma display mounted horizontally on wall

do not touch, please (thank you)

Tentativa de justificação acerca da presença estranha do post abaixo: não gosto que me toquem pessoas estranhas. Inclui-se neste não-gostar: apertos de mão, palmadas nos ombros e costas, encostos de rosto com consequência de beijos e abraços. Pensava que, no limite, me tinha acontecido não conseguir escapar a beijos, mas não, meus senhores, a necessidade de espaço corporal alheio não fica por aqui: esta semana levei uma palmadinha na anca. Eu sabia que não era bom agoiro vestir uma saia de pregas, mas jamais poderia ter chegado a tanto. A dita senhora que me presenteou com um sorriso e uma palmadinha na anca (uma palmadinha na anca) tinha ar de quem me achou “jeitosinha com a saia de pregas”, vai disso… palmadinha na anca!
Sendo a minha memória algo tortuosa, e na aflição do momento, pensei “terei escrito na testa TOUCH ME”?

Tenho um problema com os costumes corteses convencionados… revoltam-me as vísceras. E perguntam-me vocemessês – Porquê? E eu respondo com perguntas: Porque têm os costumes de cortesia necessidade de corpo? Porque têm os costumes de cortesia necessidade de pele? Porque temos de dar e receber? Porquê esta razia entre corpos incógnitos nas emoções? Hm? Hein?! Enfim. Não percebo. Não gosto. Pronto. Don’t get me wrong, sou afável, até tenho um bocadinho de dó dos meus alvos de mimo, presumo sou um bocado dengosa ('tá dito)... só não gosto de ter de ser tocada por outras pessoas por motivos meramente sociais. Porque é que não serve fazer uma ligeira inclinação de cabeça? Uma ligeira inclinação de cabeça associada a um bonjour (gosto tanto de dizer bonjour!). Porque é que não é suficiente? Ou um apontar de dedos tipo E.T., também era catita, dedos esticados mas sem se tocarem. Porque não?! Porque é que temos de levar constantemente com corpos de pessoas estranhas à nossa intimidade?

Pronto, está explicada a presença da Samantha Fox neste blog. Adiante.



pormenor d'A Criação de Adão de Michelangelo Buonarroti
1511

post reproduzido na íntegra do blog O Café dos Loucos

Coimbra, 1 de Fevereiro de 1937


MONÓLOGO E EXPLICAÇÃO

Mas não puxei atrás a culatra,
não limpei o óleo do cano,
dizem que a guerra mata: a minha
desfez-me logo à chegada.

Não houve pois cercos, balas
que demovessem este forçado.
Viram-no à mesa com grandes livros,
com grandes copos, grandes mãos aterradas.

Viram-no mijar à noite nas tábuas
ou nas poucas ervas meio rapadas.
Olhar os morros, como se entendesse
o seu torpor de terra plácida.

Folheando uns papéis que sobraram
lembra-se agora de haver muito frio.
Dizem que a guerra passa: esta minha
passou-me para os ossos e não sai.


Fernando Assis Pacheco, in "Sião" frenesi, 1987




Post afixado por Miguel n'O café dos loucos que roubo descaradamente e dedico ao Bonirre, ao Dr.Gica, à Armanda, ao Pedro, à E., enfim... a nós, portanto, neste dia 1 de Fevereiro de 2008 em que alguma coisa muda. É um dia diferente. É um dia de reflexão.


Bom-dia, camaradas!

ring-around-a-rosie

Quando, de alguma forma, se é outsider, é natural (d'a natureza das tribos) o indivíduo ver-se negado de certas regalias de pertença à tribo; este facto pode mascarar-se e parecer um mal-maior. Sendo que a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer*, sucede-se o pensamento do dia: É importante mantermo-nos focados no declínio das regalias de tribo em favor da leveza da genuinidade.

Ring around a rosie!
Ring around a rosie, a pocket full of posies. Ashes, ashes, we all fall down!
We all fall down!


Children Playing "Ring around a Rosie", Edwin Rosskam
Chicago, 1941


*A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer de Stig Dagerman
Fenda ed., 1995




Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
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