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esta blogger vive mais um momento "I Will Survive"





as hipóteses que se colocam são:
H1 postaremos loucamente nos próximos dias
H2 estaremos ausentes nos próximos dias
H3 estaremos ausentes nas próximas semanas
H4 estaremos ausentes nos próximos meses

b'dia, saúdinha e afins :)

na mouche



fotografia surripiada ao Rui Bebiano

O Primeiro Dia



(...)

E enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida


Entretanto o tempo fez cinza da brasa
outra maré cheia virá da maré vaza
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.


Sérgio Godinho

verb to do

sit and talk, raise and walk



O que é que posso fazer quando o corpo pede tréguas mas a cabeça reclama caminho?
re: escrever com dedos cautelosos.

Tenho as práticas amontoadas. Não se querem organizar em carreiras. Mas eu insisto – há que esperar vez. Sou compreensiva das razões por isso não desespero com as urgências. Tenho porém de pôr ordem no edifício. Careço de mais um pouco de coragem que hei-de encantar. Certamente. Hoje peguei numa mão alheia com as minhas mãos e acreditei fazer parte desse corpo. Emaranhei-me em tantos dias que esquecera o desafogo das palavras naturais. Soluço. Receio uma minúscula ninharia que não devo, mas posso. Quando o corpo não estiver cansado, construirei uma checklist segundo normas. Os sprints não devem servir de equívoco, são apenas um ápice para encontrar o dia seguinte. Gosto de sprints. Gosto da circunstância do dia seguinte.

Esquiços articulatórios



# Faço sempre o mesmo erro. Ou, vendo as coisas por outra perspectiva, não há (não encontrei) outra forma de fazer as coisas e tenho de me sujeitar às consequências da “dinâmica da coisa”.
Ou, faço sempre o mesmo erro voluntária
e inconscientemente.

# É chegada a altura do ano em que o meu corpo fraco é mais forte do que eu. Entendo
a engenharia das articulações a cada movimento. Nas dores, involuntária e consciente.

# Já tenho a mala aberta no quarto vazio. Inaugurei o ritual colocando uma toalha de praia e um caderno de desenho lá dentro. Vou, preciso de ir, voluntária e consciente.

# Sobre as pronunciações involuntárias
inconscientes deixo os dias de lado.




* label "quotidianos proletários" surripiada à menina-alice

Fronteiras

Nascida no Canadá, criada no Ribatejo, actualmente a viver em Coimbra, com fugas em datas certas ao Alentejo já me sinto também um pouco alentejana.
O Alentejo, pensava eu no Sábado, é outro país. Soubesse eu descrever por palavras o motivo de tal conclusão, fá-lo-ia, mas é preciso sentir um certo sentir que a minha escrita não vos sabe levar.

Tem de se entrar devagarinho e ir ficando (no gerúndio, claro, ir ficando... apreciando...). As estrelas são mais brilhantes. A luz tem véu próprio. As praias são céus. Até as azedas sabem diferente, são doce-azedo.

A imagem "http://farm3.static.flickr.com/2148/2255532315_18a205a60b.jpg?v=0" não pode ser mostrada, porque contém erros.

E as gentes? Não me vou arrogar falar das gentes. Sou privilegiada quanto às gentes com quem tenho privado, não generalizarei.
No entanto, penso que quando falamos das gentes do Alentejo, deve ser feita justiça quanto a uma coisa: as gentes do Alentejo são diferentes das de outras regiões do nosso país, são gentes habituadas a ter de se distanciar para o cumprimento das necessidades básicas. Existem situações pontuais de aldeias no Norte e Interior de isolamento, quando falamos de Alentejo, falamos de isolamento sem excepções.
Existem dois hospitais distritais entre o Algarve e Setúbal – o Hospital do Litoral Alentejano e o Hospital José Joaquim Fernandes, do Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.

As maleitas parecem ignorar que Domingo é o 7º dia do Senhor, dia de descanso. Ontem, Domingo, não havia no Hospital de Santiago do Cacém, cuja extensão geográfica de atendimento está representada no mapa, um médico radiologista de serviço, nem disponível ou whatsoever...
Não sei escrever crítica social e económica. Poderia deixar para aqui duas ou três baboseiras sobre o que penso de gente que se queixa de barriga cheia e de governantes que têm a sorte de nunca ter tido um familiar necessitado num hospital tão bem equipado como o de Santiago do Cacém, porém tão carenciado de pessoal. Hoje digo: revolta e desalento.




fotografia das azedas surripiada à menina-alice

para o início do fim-de-semana:

2 poemas de Eugénio, 1 canção de Sérgio e uma fotografia da noite num dos meus lugares


Photobucket
noite, Nazaré 2006

Era setembro
ou outro mês qualquer
propício a pequenas crueldades:
a sombra aperta os seus anéis.
Que queres tu ainda?
O sopro das dunas sobre a boca?
A luz quase despida?
Fazer do corpo todo
um lugar desviado do inverno?


* * *

Não oiças essas vozes que não param
de crescer a caminho do inverno,
os lugares onde o corpo de erro
em erro abdica de ser corpo
são mortais, não oiças essas vozes
onde o sol apodrece, nunca mais.



in O Peso da Sombra de Eugénio de Andrade
Obra de Eugénio de Andrade/16, Ed. Limiar, 1989




bom fim-de-semana...




Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como conceito para ser metáfora.

Alberto Carneiro
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